03 de Janeiro de 2012
Um antigo professor dizia que, desde a Eco 92, a política global sobre meio ambiente virou um caso de “conferênciomania”. De fato, só na questão das mudanças climáticas foram 17, sem contar os 4 sub-encontros durante cada ano. Mesmo Copenhague (2009), quando líderes das maiores potências fizeram um fuzuê em torno da redução dos gases de efeito estufa, não deu em nada.
Em 2012, a Rio+20 será a nova vedete dos encontros internacionais. Com a crise financeira na Europa e Estados Unidos, é possível que vejamos uma discussão sobre como garantir a continuidade da bonança nos emergentes, como Brasil, China e Índia, com a proteção do meio ambiente. O bom (?) e velho desenvolvimento sustentável.
O Brasil chega à Rio+20 com o discurso de que é uma das maiores economias do mundo, possui 73% de energia renovável e reduziu o desmatamento na Amazônia. Ou seja, um exemplo.
Mas aí começam a surgir as dúvidas. Belo Monte é energia renovável, mas ela conta como um item de economia verde? Será mesmo que o “novo” Código Florestal vai contribuir para evitar novos desmatamentos na Amazônia?
No início de março, a Câmara deve aprovar o novo Código Florestal. Dilma Rousseff vetará a anistia aos desmatadores?
Bem longe dos holofotes da cúpula no Rio, os municípios e estados terão pela primeira vez mais poder na fiscalização dos desmatamentos e crimes ambientais. A Lei 140, já sancionada pela presidente, é um desafio local com reflexos nacionais. Se o desmatamento na Amazônia aumentar o Brasil perde brilho na Rio+20.
Pepinos ambientais de 2012 -- 5 fatos importantes
- Nos dias 06 e 07 de março, a Câmara dos Deputados vota texto do Código Florestal aprovado no Senado em 2011. O texto seguirá para sanção de Dilma enquanto movimento Veta Dilma faz barulho
- Novas usinas na Amazônia, no rio Teles Pires e, principalmente, nas corredeiras de São Luiz do Tapajós serão as novas polêmicas entre Ibama, governo e sociedade civil
- A ministra Izabella Teixeira vai finalmente reformar o Ministério do Meio Ambiente após debandada de chefes em secretarias importantes.
- Apesar de não se esperar acordos expressivos, a Rio+20 vai mobilizar um grande número de organizações não governamentais, empresas, universidades no Brasil e no Mundo.
- O Brasil comemorou o menor desmatamento da história em 2011. Mas tem muita gente de olho nos satélites para saber se tendência vai ser mantida. Principalmente após aprovação do Código Florestal.
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