De acordo com informações do jornal argentino Clarín, as empresas Aerolíneas Argentinas, sua subsidiária Austral e a chilena LAN suspenderam todos os voos partindo de Buenos Aires na tarde desta terça-feira. As companhias aéreas pedem que os passageiros consultem a situação dos voos nos sites www.aerolineas.com ou www.lan.com. As cinzas do Puyehue cobrem o espaço aéreo do terminal portenho, onde a visibilidade está reduzida.
Passageiros da LAN que previam chegar a Buenos Aires provenientes de São Paulo tiveram de voltar para casa devido ao fechamento dos aeroportos na capital argentina. Através de um comunicado, a LAN informou que “resolveu não operar seus voos programas no Aeroparque até que as condições sejam favoráveis”.
Brasileiros
No Aeroparque, dezenas de brasileiros sofreram com os cancelamentos de voos das empresas LAN e Aerolíneas Argentinas durante todo o dia. “Estou há mais de cinco horas aqui e o pior é que a empresa não sabe o que vai fazer com a gente”, reclamou ao iG Antônio Nakamoto, que tentava voltar para São Paulo em um voo da LAN.
A empresa aérea divulgou uma nota aos clientes afirmando que “foi constatada a presença de cinzas vulcânicas no espaço aéreo de Buenos Aires emanadas da erupção do vulcão Puyehue, localizado no território chileno, que foram deslocadas para o território argentino como consequência dos ventos provenientes do sul do país”.
Os passageiros tiveram de remarcar suas viagens para os próximos dias. “Hoje (terça-feira) não haverá voos saindo daqui”, informou uma funcionária da LAN aos clientes da empresa no Aeroparque. “Como é um problema meteorológico, não haverá pagamento de hotel aos clientes”, completou, para a indignação dos passageiros, que tiveram de arcar com os custos de um hotel na Argentina até conseguirem retornar ao Brasil.
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No sul da Argentina, o Aeroporto de Bariloche ainda tenta normalizar suas atividades, apesar de ter recebido em 18 de julho o primeiro voo desde a erupção do vulcão chileno. O terminal registrou nesta terça-feira cancelamento da maior parte de suas decolagens previstas.
De acordo com o Clarín, as previsões não são alentadoras. A Aeroportos Argentina 2000, responsável pelos terminais aéreos do país, explicou em comunicado que a situação continuará anormal nesta terça-feira a não ser que a rota dos ventos mude e disperse a nuvem de cinzas.
Nova cratera
No início de julho, uma nova cratera foi detectada no complexo vulcânico de Puyehue, segundo imagens divulgadas pelo satélite Spot 4. As fotografias mostram que, em 25 de junho, existia uma nova cratera no maciço vulcânico, situado a 950 quilômetros ao sul de Santiago, cujas cinzas chegaram a atrapalhar o tráfego aéreo de países como Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Brasil, Nova Zelândia e Austrália. Os satélites Spot 1 e Spot 4, construídos pela empresa Astrium para a Agência Espacial Francesa, estiveram a cargo do monitoramento da erupção do vulcão e, particularmente, do movimento das cinzas.
O Puyehue se estende ao longo de 15 quilômetros entre as regiões chilenas de Los Lagos e Los Ríos, na Cordilheira dos Andes. Sua coluna de cinzas chegou a alcançar até 12 quilômetros de altura e deu a volta ao mundo.
Veja imagens dos transtornos causados pelo vulcão Puyehue:
Nuvem de cinzas do vulcão Puyehue, no sul do Chile (05/06) - Foto: AFP
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