Instituto tenta regularizar poços artesianos existentes.
Capital amazonense possui mais de oito mil poços clandestinos.
De acordo com o superintendente do CPRM, Marco Antônio Oliveira, em uma área de 40 quilômetros quadrados, a água que era encontrada a menos de 120 metros de profundidade, agora precisa de perfurações maiores de até 180 metros. Depois dos 200 metros, a água não é mais própria para o consumo porque é muito salgada, diz a pesquisa.
"É maior bacia do mundo no entanto, Manaus é uma cidade é muito grande. A concentração na região Leste também é grande. Se todos tirarem água vai faltar em outros lugares", disse Oliveira.
Segundo dados da pesquisa, a água para abastecer a maior parte da Zona Leste de Manaus não vem do rio, mas do subsolo. Para a maioria dos 500 mil moradores da Zona Leste, o racionamento é rotina. Eles pegam água em torneiras públicas ou abrem os próprios poços e criam uma espécie de sociedade. Em uma das áreas, o poço é em uma casa e a energia para a bomba, em outra. Desta forma o morador José Camilo e outros 20 vizinhos têm água em casa. "Segunda, terça, quinta e sábado nós pegamos para abastecer as caixas para o resto da semana", disse José.
Na tentativa de conter o avanço irregular de poços artesianos, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) tenta regularizar os já existentes. Estima-se que no Amazonas existam mais de oito mil poços clandestinos. Cerca de quatro mil deles já foram cadastrados. A empresa Águas do Amazonas, responsável pelo abastecimento na capital, conta com 129 poços em toda a cidade.
Pela Política Nacional de Recursos Hídricos, água é um bem da União e por isso precisa ser controlada. Segundo Antônio Stroski, presidente do Ipaam, a lei federal deve estar regulamentada até o fim do ano e as permissões para uso, mesmo de particulares, serão mais rigorosas, não só na Zona Leste. "Quando as pessoas pagam e reconhecem esse valor, elas passam a zelar mais, fazem economia e usam a racionalidade", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário