quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Empresas e governo têm de se alinhar pela sustentabilidade

Para ministra do Meio Ambiente, planejamento de longo prazo das empresas passa pelo acesso aos recursos naturais, e é hora de governo e iniciativa privada se alinharem

Marcelo Spatafora
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, no Fórum EXAME de Sustentabilidade 2012
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, no EXAME Fórum de Sustentabilidade 2012: negócios e desenvolvimento sustentável não estão em lados opostos da balança
São Paulo – A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu hoje que o setor privado é imprescindível para a preservação dos recursos naturais do Brasil, com destaque para a água. E que o governo quer alinhar sua visão de negócios com as companhias em relação ao desenvolvimento sustentável. “Tem uma visão conservadora da empresa apenas como usuária dos recursos (naturais). E tem uma visão contemporânea da empresa como estratégica para a gestão dos recursos. A primeira visão é de curto prazo. A segunda, de médio e longo prazos”, disse a ministra durante o EXAME Fórum de Sustentabilidade 2012, que debate nesta quarta-feira o futuro da água no país e no mundo.

A ministra reconheceu que a necessária participação do setor produtivo tem de ser acompanhada de mudanças na legislação. “A lei precisa ser repaginada e precisa trazer novos patamares legais de regulação que permitam o engajamento do setor privado”, afirmou Izabella.
Hoje, o envolvimento neste sentido ainda é visto muitas vezes como fardo e peso para a competitividade brasileira.
”O produtor reduz o desmatamento na Amazônia, mas não é recompensado por isso, quando na verdade o licenciamento ambiental deveria assegurar o melhor projeto para você ser mais competitivo”, reconheceu a ministra.
Um dos caminhos para isso, na avaliação dela, será fazer com que o cuidado com a gestão dos recursos naturais seja integrado ao processo de produção.
De acordo com Izabela Teixeira, 70% da água potável brasileira é consumida na agricultura, mas este recurso natural não é contabilizado, enquanto a China, por exemplo, já cobra da Europa créditos de carbono que usa para produzir parte dos itens que exporta ao continente europeu.
“O nosso desafio é mostrar que política ambiental condiciona o desenvolvimento. Não é restrição”, afirmou a ministra.

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