segunda-feira, 9 de julho de 2012

Projeto de santuário para baleias no Atlântico Sul é rejeitado em reunião

Proposta apoiada pelo Brasil precisava de 75% dos votos, mas teve 65%.
Intenção era criar área livre de exploração entre a América do Sul e África.

Do Globo Natureza, com agências internacionais*
A proposta de se criar um santuário para baleias no Atlântico Sul, entre a América do Sul e a África, foi rejeitada durante votação realizada nesta segunda-feira (2) pela Comissão Baleeira Internacional (CBI), em reunião anual realizada no Panamá, de acordo com a agência de notícias France Presse.
Segundo Milko Schvartzman, responsável pela América Latina na área de oceanos na organização ambiental Greenpeace, a proposta de criação do santuário “havia acabado de ser votada e não foi aprovada”. Na plenária, 38 países se pronunciaram a favor e 21 governos foram contrários. O apoio favorável foi de 65%, mas a porcentagem necessária para criar a área de proteção era de 75%.
O assunto era um dos principais temas em debate no encontro, que termina nesta semana. O projeto de criar um santuário de proteção às baleias no Atlântico Sul é liderado pelo Brasil e pela Argentina desde 2000.
Além de assumir uma postura conservacionista - após ter permitido a caça em suas águas até 1985 -, o governo brasileiro percebeu que o turismo de observação é um negócio muito mais rentável e gerador de emprego do que a morte do animal.
Baleia jubarte nada próximo ao litoral (Foto: Divulgação/ IBJ)Baleia jubarte nada próximo ao litoral brasileiro.
Intenção de santuário é proteger mamíferos
aquáticos que vivem entre a América do Sul e a África
(Foto: Divulgação/ IBJ)
Contribuição científica
De acordo com Vanessa Tossenberger, da organização ambiental Sociedade para a Conservação das Baleias e Golfinhos (WDCS, na sigla em inglês), os santuários “ajudam a desenvolver pesquisas científicas e a apoiar manejos sustentáveis, evitando danos à população marinha”.
Há mais de uma década existem impasses entre países que apoiam a exploração de baleias e governos conservacionistas. Conforme votação realizada nesta segunda, os conservacionistas até tiveram a maioria, mas não têm conseguido superar a barreira criada por Japão, Noruega, Islândia e Rússia, acusados, inclusive, de comprar votos de países neutros.
Na reunião do ano passado, o Japão liderou o bloco de nações que se recusaram a submeter o projeto à votação. Os delegados japoneses, seguidos pelos islandeses e por vários países africanos e caribenhos, abandonaram a sala de negociação quando o presidente propôs a votação da iniciativa.
*Com informações da France Presse

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