De acordo com Imazon, estado concentra 80% da degradação florestal.
Em 11 meses foram 1.587 km2 no estado frente aos 1.974 km2 da região.
Desmatamento em junho somou 2 km2 no estado
(Foto: Divulgação)
Mato Grosso
perdeu dois quilômetros quadrados de Floresta Amazônica em junho e
tornou-se o menor do ano, apontou o Instituto do Homem e Meio Ambiente
da Amazônia. O resultado verificado no mês passado superou o desempenho
de janeiro, quando foram quatro quilômetros quadrados e à época era o
mais baixo. Altas e baixas marcam os níveis de desmates no semestre no
estado, revelou o Imazon.(Foto: Divulgação)
Enquanto em janeiro a floresta perdeu 4 km2, em fevereiro as ocorrências tornaram-se maiores e atingiram uma área de 70 km2, fazendo a unidade federada liderar o ranking dos maiores desmatadores da Amazônia Legal. Em março, o desmatamento atingiu 32 km2, indo a outros 50 km2 em abril e 11 km2 em maio.
Apesar de comemorar reduções, Mato Grosso ainda é campeão no quesito degradação florestal. Como explica João Andrade, coordenador do Programa Governança Florestal do Instituto Centro de Vida (ICV), a degradação corresponde ao chamado pré-desmatamento e mostra que a destruição da floresta ainda continua.
"É um indicador futuro, pois é o primeiro sinal do desmatamento. Os dados se contrapõem e mostram que a ilegalidade continua", disse ao G1 o representante. Ao avaliar a degradação florestal acumulada entre agosto de 2011 a junho de 2012 (o chamado ano do desmatamento), o Imazon constatou que na Amazônia Legal chegou a 1.974 km2. Somente em Mato Grosso foram 1.587 km2 ou pouco mais de 80% do volume total.
Para João Andrade, do ICV, a degradação fomenta também o comércio ilegal de madeira e mantém vivos os crimes contra a floresta. No entender do representante do Instituto Centro de Vida, dois fatores estão influenciando diretamente a continuidade das ações ilegais.
"Um é a fiscalização e a outra é a responsabilização. Muitas vezes uma pessoa é autuada, mas não necessariamente paga a multa, pois pode prescrever. Ou também porque houve problemas na hora da fiscalização e acham-se brechas [jurídicas]. Se há a maior responsabilização vai se pensar duas vezes [antes de agir]", afirma o coordenador do Programa Governança Florestal.
Desmatamento acumulado
Ao avaliar o acumulado dos chamados dez meses do calendário de desmatamento, ou seja, de agosto de 2011 a junho de 2012 o Imazon aponta o Pará (34%) como líder, seguido por Mato Grosso (32%), Rondônia (18%) e Amazonas (9%). Juntos, os quatro estados foram responsáveis por 93% do desmatamento ocorrido na Amazônia Legal nesse período.
Segundo o Imazon, houve recuo de 41% nos desmates quando comparado com o período anterior (agosto de 2010 a junho de 2011). Queda em termos relativos no Acre (-64%), Amazonas (-54%), Mato Grosso (-50%), Rondônia (48%) e Pará (20%). Contudo, avanço de 194% em Roraima e 61% no Tocantins.
Já em termos absolutos quem lidera o ranking do desmatamento no acumulado é o estado do Pará, com 309 km2, seguido por Mato Grosso (293 km2), Rondônia (167 km2), Amazonas (81 km2), Roraima (23 km2), Acre (20 km2) e Tocantins (14 km2).
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