Ação combate o garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami.
Armas, peças de aeronaves e R$ 200 mil em espécie foram encontrados.
De acordo com o superintendente da PF, Alexandre Silva Saraiva, foram expedidos 33 mandados de prisão para empresários, pilotos e proprietários de balsas que moram na região de Boa Vista, acusados de financiar e facilitar a atividade ilegal dentro da reserva. Sete pessoas ainda não foram encontradas até a tarde desta sexta-feira, mas a varredura deve permanecer ao longo do fim de semana.
Também foram expedidos 44 mandados de busca e apreensão para moradias e lojas instaladas em Boa Vista, capital do estado. Desses mandados, 11 foram destinados a apreender aeronaves utilizadas nas atividades ilegais. Até agora, seis foram encontradas em fazendas ou pistas de pouso que não estavam homologadas. Ainda segundo Saraiva, uma ordem judicial cassou a licença dos dez pilotos presos durante a operação.
Com um dos garimpeiros presos foram encontrados 6 kg de ouro, com valor estimado de R$ 613 mil. Durante a operação, os policiais apreenderam ainda R$ 200 mil em espécie, US$ 1.000 em espécie, além de dez armas, maquinário utilizado no garimpo e peças de aeronaves.
“O foco da operação é atingir o motor econômico do garimpo, a cadeia produtiva, que são os financiadores e aviões utilizados para invadir a terra indígena. A operação foi desenvolvida ao longo de um ano e contribui com outras ações para desmontar os garimpos na região”, disse Saraiva ao G1. Segundo ele, o grupo poderá ser indiciado criminalmente por formação de quadrilha, evasão de divisas e crimes ambientais.
Segundo a PF, foi decretada a prisão temporária dos suspeitos, que foram levados para a penitenciária agrícola do Monte Cristo, em Boa Vista.
De acordo com o procurador da República Rodrigo Timóteo da Costa e Silva, atividades de garimpo são registradas há cerca de 30 anos na terras indígenas, que têm aproximadamente 96 mil km² (área equivalente a mais de quatro vezes o estado do Sergipe). Existem cerca de 20 garimpos ilegais sendo monitorados pela PF, com o objetivo de encontrar ouro.
“As lideranças Yanomamis reclamam muito dessa presença de garimpeiros, já que eles sofrem com doenças trazidas por eles e, principalmente, com conflitos étnicos e territoriais. A logística dos garimpeiros é bem complicada. É necessário transporte de avião ou de balsas para se chegar aos locais, já que é uma região de mata fechada. Existe uma grande quantidade de pistas clandestinas na região inóspita”, disse.
garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami.
(Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Foram usadas quatro bombas para destruição da pista, que chegou a abrir crateras de aproximadamente 10 metros de diâmetro de largura e três metros de profundidade. O ponto exato do ataque da FAB foi identificado durante um sobrevoo feito em 11 de abril e registrado por imagens em infravermelhos.
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