Ação impede criação de assentamentos sem licença em seis estados.
Segundo MP, locais concentram focos de desmatamento na região.
Segundo o MP, quase 30% dos desmatamentos ilegais registrados na Amazônia são em assentamentos que deveriam ser destinados para a reforma agrária. O levantamento foi feito com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitoram a degradação ambiental da região através de imagens de satélites.
Desmatamento em assentamento do Pará
(Foto: Evandro Corrêa / O Liberal)
Dos seis estados, o Pará é o que mais possui projetos de reforma
agrária: 1.220. De acordo com o MP, na maioria dos assentamentos o
desmatamento já derrubou pelo menos 50% da cobertura vegetal. Em alguns
locais, como o assentamento Tuerê, no sudeste do Pará, o corte de
árvores aumentou seis vezes nos últimos 10 anos.(Foto: Evandro Corrêa / O Liberal)
Nas ações, o MPF pede a proibição da criação de novos assentamentos sem licença ambiental e a recuperação das áreas desmatadas, além da interrupção dos desmatamentos que, segundo o procurador Daniel Azeredo, estariam sendo estimulados pelo próprio Incra. "Vários documentos foram enviados ao Ministério Público pelas prefeituras dizendo que a orientação do Incra aos assentados é de que se não desmatarem, não vai haver a criação do assentamento e, consequentemente, a reforma agrária".
O Incra informou que só vai se manifestar sobre o assunto após ser notificado judicialmente, mas que orienta os assentados a praticarem o extrativismo, mantendo 80% da floresta nativa preservada.
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