sexta-feira, 23 de março de 2012

Água do subsolo de parte de Manaus pode acabar, aponta estudo

Instituto tenta regularizar poços artesianos existentes.
Capital amazonense possui mais de oito mil poços clandestinos.

Do G1 AM
 
Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) aponta que o mau uso e a falta de normas vão levar os poços artesianos da Zona Leste de Manaus à exaustão. O estudou deixou moradores da capital em alerta.

De acordo com o superintendente do CPRM, Marco Antônio Oliveira, em uma área de 40 quilômetros quadrados, a água que era encontrada a menos de 120 metros de profundidade, agora precisa de perfurações maiores de até 180 metros. Depois dos 200 metros, a água não é mais própria para o consumo porque é muito salgada, diz a pesquisa.

"É maior bacia do mundo no entanto, Manaus é uma cidade é muito grande. A concentração na região Leste também é grande. Se todos tirarem água vai faltar em outros lugares", disse Oliveira.

Segundo dados da pesquisa, a água para abastecer a maior parte da Zona Leste de Manaus não vem do rio, mas do subsolo. Para a maioria dos 500 mil moradores da Zona Leste, o racionamento é rotina. Eles pegam água em torneiras públicas ou abrem os próprios poços e criam uma espécie de sociedade. Em uma das áreas, o poço é em uma casa e a energia para a bomba, em outra. Desta forma o morador José Camilo e outros 20 vizinhos têm água em casa. "Segunda, terça, quinta e sábado nós pegamos para abastecer as caixas para o resto da semana", disse José.
Na tentativa de conter o avanço irregular de poços artesianos, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) tenta regularizar os já existentes. Estima-se que no Amazonas existam mais de oito mil poços clandestinos. Cerca de quatro mil deles já foram cadastrados. A empresa Águas do Amazonas, responsável pelo abastecimento na capital, conta com 129 poços em toda a cidade.
Pela Política Nacional de Recursos Hídricos, água é um bem da União e por isso precisa ser controlada. Segundo Antônio Stroski, presidente do Ipaam, a lei federal deve estar regulamentada até o fim do ano e as permissões para uso, mesmo de particulares, serão mais rigorosas, não só na Zona Leste. "Quando as pessoas pagam e reconhecem esse valor, elas passam a zelar mais, fazem economia e usam a racionalidade", disse.

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