sexta-feira, 16 de março de 2012

Pesquisa brasileira descobre que sapo esguicha jatos de veneno

Espécie amazônica libera líquido com toxinas que alcança até dois metros.
Alvo do sapo é atingir mucosa dos olhos e da boca.

Eduardo Carvalho Do Globo Natureza, em São Paulo
 
Pesquisadores do Instituto Butantan, de São Paulo, descobriram que a espécie de sapo Rhaebo guttatus, endêmica da Amazônia, pode ser o primeiro anfíbio que apresenta táticas de autodefesa ao esguichar veneno nos predadores para causar neles infecções graves.
Veja vídeo ao lado.
Esta diferença foi notada por especialistas de diversas universidades, entre elas a de São Paulo e a Estadual de Campinas, durante incursões na floresta amazônica. Eles perceberam que este anfíbio faz movimentações corporais que comprimem glândulas nas costas e liberam jatos de venenos que podem atingir até dois metros de distância.
De acordo com Carlos Jared, diretor do laboratório de Biologia Celular do instituto, o alvo principal do veneno são os olhos ou a boca, já que seu conteúdo só interage com a mucosa -- que leva as toxinas para a corrente sanguínea.
“É uma coisa fora dos padrões dos anuros [ordem dos animais a qual pertence os anfíbios]. As outras espécies de sapos só liberam veneno quando são ‘mastigados’ por presas. E já o Rhaebo guttatus encontrado na Amazônia o esguicha com precisão”, disse Jared.
Entretanto, seu grau de letalidade é 30% menor ao dos venenos de outros exemplares – que podem até causar a morte dos predadores. “A intenção deste sapo é dar um ‘chega pra lá’ nas presas. No ser humano não sabemos qual é o efeito, já que nunca houve casos de contaminação”, explica.

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