sábado, 30 de junho de 2012

Marajó tem praias de água doce com jeito de mar

Maior ilha fluvial do mundo oferece opções de turismo ecológico no Pará.
Belezas naturais estão presentes em toda a extensão do arquipélago.

Evandro Santos Do G1 PA

O arquipélago do Marajó é um território gigante cercado de belezas naturais e habitado por um povo acolhedor. Considerada a maior ilha fluvial do mundo, a região fica no extremo norte do Pará, banhada pela foz do rio Amazonas e pelo oceano Atlântico. São 50 mil km2 de extensão, bem maior que muitos países da Europa, o equivalente aos estados de Alagoas e Sergipe.
Trilhas ecológicas por furos e igarapés na Ilha do Marajó (Foto: Cláudio Santos /Agência Pará)Trilhas ecológicas por furos e igarapés na Ilha do Marajó (Foto: Cláudio Santos /Agência Pará)
Soure e Salvaterra são as cidades mais procuradas pelos turistas. No passado, um povoado indígena existia na região, que hoje abrange os dois municípios. Separados pelo rio Paracauari, as duas “pérolas do Marajó” preservam belezas exuberantes, com praias, campos, trilhas ecológicas no meio da mata e animais encantadores.
gráfico para matéria (Foto: Nathiel Moraes/G1)
O principal ponto de partida para chegar aos dois destinos é o porto de Belém. Pelo distrito de Icoaraci, a 20 km da capital, o visitante pode levar até o carro no ferryboat, que transporta passageiros à região. São três horas de viagem até o porto de Camará, em Salvaterra. O clima quente e úmido, com temperaturas que variam entre 23 e 33 graus, sugere aos visitantes roupas leves e bastante hidratação.
Ruínas
Sinais da presença dos colonizadores portugueses no Marajó são encontrados na vila de Joanes, a 17 km de Salvaterra, onde estão as ruínas de uma igreja construída pelos jesuítas, no século 17. É no vilarejo que também fica a Praia Grande, com características primitivas e poucos frequentadores. A tranquilidade é um convite ao sossego no lugar, onde funcionam hospedarias modestas e rústicas.
A paisagem natural de Joanes agrada pessoas que buscam no Marajó um momento para relaxar e fugir da agitação urbana. Sempre que pode, o administrador e consultor de projetos Hermínio Feio visita a região. “As belezas naturais daqui não ficam atrás de nenhuma outra no país”, afirma ele. Alguns dos mais de 20 hotéis e pousadas existentes nos municípios de Salvaterra e Soure oferecem passeios ecológicos que completam o lazer dos turistas.
A prefeitura mantém uma reserva ecológica no município e uma unidade de conservação para proteger os recursos naturais e desenvolver o ecoturismo. A produção de abacaxi é uma das atividades econômicas mais ativas na cidade. A qualidade do fruto, dizem, é um dos melhores do país por sua doçura. Muitos produtores levam abacaxi para ser vendido em Belém.
Soure
Depois de desembarcar no porto de Camará, o visitante pega a estrada que leva à sede o município de Salvaterra. De lá, uma embarcação atravessa o rio Paracauari e, em 15 minutos, chega a Soure, vaidosamente apelidada de “Capital do Marajó”. O turista não deve estranhar se for recepcionado por um grupo de dançarinos de carimbó, dança típica da região, nem se cruzar pela rua com um búfalo.
Alguns guias brincam ao dizer que para cada habitante da ilha há um búfalo. Eles ficam concentrados nas fazendas que viraram pontos turísticos na região. As propriedades sempre oferecem passeios com os animais. Ir ao Marajó e não fotografar montando em cima de um búfalo é como ir ao Rio de Janeiro e não ir ao Corcovado.
A técnica em radiologia Aparecida Freitas morou 21 anos em Soure e se acostumou a ver búfalos na cidade. Afinal, eles são usados para o transporte de carga e na própria segurança da população. Adivinha com quem é feito o policiamento montado no município? Com os búfalos. “Gosto dessa cultura e da diversidade que existe aqui”, diz a jovem. Segundo informações da prefeitura local, o Marajó inteiro tem o maior rebanho do animal do Brasil, com cerca de 700 mil cabeças, correspondendo a três vezes a população dos 16 municípios do arquipélago.
Nativos do Marajó usam os búfalos para atividades cotidianas (Foto: Fernando Araújo/O Liberal)Nativos do Marajó usam os búfalos para atividades cotidianas (Foto: Fernando Araújo/O Liberal)
Pelo menos quatro raças, identificadas pelo chifre, habitam a região: carabau, chifre para o lado com extremidade para cima; mediterrâneo, chifre para cima; jafarabade, chifre enrolado e para baixo (em extinção); e o murra, com o chifre todo enrolado para cima. “Nos meses de verão, quando o calor é bastante intenso, dificilmente se verá búfalos fora d´água ao meio dia”, divulgou a prefeitura.

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