quinta-feira, 19 de maio de 2011

APÓS MORTE DE COLEGA ,ALUNOS DA FEA ENTREGAM CARTA À REITORIA DA USP

Estudantes pedem melhoria da segurança no campus.
Jovem foi morto em estacionamento; diretor da FEA admite insegurança.

Juliana Cardilli Do G1 SP
Estudantes foram até a reitoria da USP para entregar carta que pede mais segurança no campus (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Estudantes da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) entregaram na manhã desta quinta-feira (19) uma carta aberta à reitoria da universidade lamentando a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, ocorrida na noite de quarta-feira (18), e pedindo mais segurança no campus. Centenas de estudantes seguiram em passeata da FEA até a reitoria para a entrega do documento.
A carta foi recebida pelo chefe de gabinete da reitoria, Alberto Carlos Amadio, que se comprometeu a analisá-la e a ir até a FEA ainda nesta quinta. Antes da passeata, os estudantes se reuniram em frente à FEA para ler seu conteúdo, e fizeram um minuto de silêncio em memória do colega morto.
As aulas da FEA foram suspensas em todos os períodos nesta quinta, e devem ser retomadas na sexta-feira (20). O Centro Acadêmico Visconde de Cairu pretende realizar reuniões abertas com os estudantes durante o dia, e tem mais um ato em memória de Felipe previsto para o período da noite nesta quinta.
O estudante foi baleado no estacionamento em frente à FEA, quando chegava a seu carro, que é blindado. O criminoso fugiu sem aparentemente levar nada. O diretor da faculdade, Reinaldo Guerreiro, disse que o crime foi um choque, e que poderia ter acontecido em qualquer unidade.
“[A violência] Não é um problema da FEA, poderia ter acontecido em qualquer outra unidade. Têm acontecido coisas no campus da universidade, à medida que a violência aumenta o campus da USP é um lugar propício a isso, pela extensão, os espaços que existem. A nossa guarda, que é muito competente, tem outra missão, não anda armada. A reitoria está muito atenta a isso. Vai ter que ter medidas mais concretas, mas é um desafio enorme”, afirmou o professor.
Ele ressaltou que as mudanças terão que ser precedidas de um debate, visto que a comunidade da USP tem opiniões diferentes em relação a, por exemplo, a abertura do campus para pessoas de fora e a presença da Polícia Militar. “Mas de fato, o grau de insegurança é bastante alta, em função disso tudo”, afirmou. “Eu sou favorável a policiamento dentro do campus, aqui é um espaço público, como qualquer outro, tem que ter polícia aqui dentro. Aqui vira um aquário para ser testado pelos criminosos. Nós não estamos querendo polícia para reprimir estudante, nós precisamos de gente para nos dar segurança.”
O diretor da FEA ressaltou a complexidade de se fazer a segurança na USP, devido aos grandes espaços abertos, e que a faculdade está implantando segurança na universidade. Câmeras de segurança já foram instaladas dentro do prédio da faculdade, inclusive nas salas de aula, e a diretoria pretende instalar catracas no prédio.
“Vai ser polêmico, mas pretendo fazer. Vamos ter uma portaria, com catracas, como em qualquer outro lugar. Quando a gente implementa medidas de segurança, nós queremos ter liberdade. Hoje se você entra aqui ninguém pergunta quem você é.”

Segundo o diretor, no projeto de segurança da FEA está previsto aumentar a iluminação externa, uma das reivindicações dos alunos. “Acho que o episódio de ontem vai levar a uma maior reflexão. Para os alunos vai ser um motivo de discussão, de polêmica, de críticas, mas eu acho que agora eles vão começar a refletir melhor que nós precisamos de determinadas medidas”, disse Guerreiro.

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