quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Degelo no Ártico acelera aquecimento mais do que o previstoUU

Degelo no Ártico acelera aquecimento mais do que o previsto
Um artigo
 publicado pela revista "Nature" informou na quarta-feira, 30 de novembro, que a quantidade de gases-estufa liberados até 2100 pelo derretimento do solo congelado do Ártico, chamado de Permafrost, poderá ser até cinco vezes maior do que tinha sido previsto. O volume liberado é comparável ao dos gases causadores de efeito estufa resultante do desmatamento, mas o impacto no clima seria 2,5 vezes maior, já que grande parte do gás emitido será metano (CH4), com efeito, 25 vezes maior sobre o aquecimento global do que o dióxido de carbono (CO2).
O permafrost cobre permanentemente cerca de um quarto das terras do hemisfério norte. Trata-se de uma reserva gigantesca de carbono orgânico, que contém restos de plantas e animais que foram se acumulando durante séculos. Com o degelo deste solo, estes materiais começam a se decompor, liberando na atmosfera parte deste carbono, na forma de metano e dióxido de carbono.
A publicação deste artigo coincide com a realização da 17ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-17), inaugurada na segunda-feira (28) em Durban, África do Sul, e que visa a dar um novo impulso às negociações sobre o Protocolo de Kyoto.
A afirmação é de mais de 40 cientistas da Rede de Carbono do Permafrost, liderados por Edward Schuur e Benjamin Abbott, em artigo na revista científica "Nature". De acordo com a equipe de cientistas, a falta de estudos fez com que, a quantidade certa de carbono contido no permafrost fosse subestimada, assim como seus potenciais efeitos sobre o clima global.
Os cientistas usam avançados modelos climáticos no computador. Eles trabalham com dois cenários, um em que as temperaturas globais sobem muito e outro em que o aumento é moderado. Em ambos os casos, a cobertura do permafrost diminui consideravelmente. Embora a maior parte do carbono deva ser liberada na forma de CO2.
"As maioria das pesquisas fala muito das emissões de desmatamento e combustíveis fósseis. Esse artigo mostra, cada vez mais, que o derretimento do permafrost é um fator importante para a mudança climática", afirma o climatologista do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) José Marengo.
De acordo com Marengo, é preciso haver mais estudos sobre a quantidade de gases-estufa liberados. "Sem isso, pode-se ter o melhor modelo de computador que não vai adiantar. O resultado final vai ser uma generalização."
Foto: JUAN-VIDAL

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