sábado, 15 de outubro de 2011

Governo terá planos de conservação para 220 espécies ameaçadas

Ministra do Meio Ambiente disse que planos serão concluídos neste ano.
Ministério contabiliza 627 animais na lista de espécies ameaçadas.

Naiara Leão Do G1, em Brasília
 
 
O governo federal deve concluir até o final deste ano planos de conservação para cerca de 220 espécies ameaçadas de extinção, informou nesta sexta-feira (14) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Conforme a ministra, isso representa 35% dos 627 animais na "lista vermelha", a lista das espécies ameaçadas,
Os planos do restante das espécies ameaçadas devem ser terminados até 2014, afirmou a ministra.
"A experiência mundial mostra que esse instrumento de planejamento é fundamental para a conservação. É uma de nossas principais estratégias para conservação de espécies", disse a ministra durante o colóquio "A proteção de espécies ameaçadas de extinção no Brasil", promovido pela Comissão de Meio Ambiente do Senado.
Código Florestal
Ainda de acordo com ela, a aprovação do novo Código Florestal deve facilitar as ações de conservação, pois a maioria das espécies ameaçadas está fora de unidades de conservação.
"O Código Florestal é importante nesta discussão porque temos a maior parte da biodiversidade hoje nas APPs [Áreas de Preservação Permanente] e em áreas de reserva legal", afirmou. A reserva legal é a área de vegetação nativa que deve ser protegida dentro da propriedade. Já as APPs são áreas frágeis como topos de morros e margens de rios.
A ministra explicou que o novo Código traz a proposta de criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que permitiria que o proprietário fosse compensado por criar áreas de preservação dentro de seu terreno.
Ela acredita que a votação do novo Código será finalizada até o fim do ano. O Código Florestal foi aprovado em maio pela Câmara, mas deve ser votado com algumas alterações no Senado. Se houver modificação, a Câmara volta a apreciar a matéria.
"Deve ser votado até o final do ano. O que tenho conhecimento de todos os relatores, senadores, todos indicam que é um tema prioritário", disse.
Desafios
A ministra citou ainda três pontos como os principais desafios do ministério para a conservação de espécies. A primeira é a elaboração de uma estratégia de conservação atual, chamada Agenda 2020, que deve ser apresentada em 2012. A segunda é conseguir que os estados se engajem nas políticas e ações federais.
"Se 75% das espécies ameaçadas estão resguardadas em áreas federais, quantas estão nas estaduais? É muito pouco. Temos que ter um olhar mais cuidadoso sobre as unidades de conservação", disse.
O terceiro ponto citado por Izabella seria mudar a forma de ver as contribuições que a ciência pode dar ao tema. "Precisamos de uma estratégia de conhecimento diferente, não de ameaça e pessimismo, mas de parceira. É importante mudar a abordagem de lidar com a ciência e enxergar nos apontamentos soluções para mudar a gestão ambiental".

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